Já perdi a conta às vezes que ouvi que uma mala (ou carteira, ou bolsa, que chegar a um acordo sobre isto é mais improvável que descobrir o sexo dos anjos) é ou de pele ou de plástico. A pele é vista como o material nobre no fabrico de malas e calçado e, regra geral, ter um artigo em pele é sinónimo de maior durabilidade. Esta é uma visão da qual eu própria partilhava há alguns meses (como poderão confirmar aqui), mas que hoje considero ultrapassada. Bem entendido, não estou a afirmar que uma pele de bovino não é um material resistente - todos sabemos que é. Mas acho que a diferença fundamental não está no material, mas sim no tratamento que lhe é dado, que decorre da visão que as empresas e os fabricantes partilham acerca desta questão.
Acontece que, sendo a pele considerada o material nobre para o fabrico destes artigos, é tacitamente definido que será reservada para aqueles de melhor qualidade. Tomemos o exemplo do calçado. Se repararem numa loja como a Zara, que vende tanto sapatos de pele quanto de PU (poliuretano, um material sintético), facilmente constatam que os melhores acabamentos estão reservados para o modelo feito em pele: unidos com linha vs. com cola, fivelas de boa qualidade vs. de plástico, uma borracha melhor para o par em pele. E há, claro, o tratamento do próprio material - tal como a pele bovina numa carteira Céline tem um acabamento e toque melhor que uma carteira em pele da Zara, existem também diferentes níveis de qualidade no que diz respeito às peles sintéticas.
Não discordo inteiramente de quem diz que a pele de bovino tem uma qualidade superior, mas defender isso como uma verdade universal desconsidera as condicionantes envolvidas. Em lojas como a Zara, H&M, Mango e afins isto pode ser verdade no sentido em que o pressuposto de que a pele é o material nobre informa todo o processo de fabrico. No entanto, basta sair um pouco da rede das lojas do costume para percebermos que os artigos feitos a partir de materiais sintéticos podem apresentar os mesmos padrões de qualidade. A mala que uso mais frequentemente, da Sisley e em PU, está como nova após um ano. E abaixo tenho uma seleção de malas de cinco marcas diferentes que me parecem também de excelente qualidade. Algumas pertencem a marcas exclusivamente vegan - é o caso da Wilby e da Matt & Nat (para quem gosta de mochilas, esta loja é o paraíso) e outras, como a Bimba Y Lola, têm alguns artigos totalmente sintéticos. Se não acreditam que uma mala de pele sintética possa atingir o mesmo estatuto que uma de pele animal, reparem na Stella McCartney, a primeira marca de luxo que não comercializa, e nunca comercializou, artigos em pele, pêlo, lã ou penas. Cruelty-free é o caminho!

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Eu também achava isso até ter gasto mais dinheiro numa em pele que ainda não fez um ano e já está toda estragada!!!!!!
ResponderEliminarSim, até porque há malas em pele que não podem entrar em contacto com água ou chuva sem ficar manchadas.
EliminarEstou totalmente de acordo contigo!
ResponderEliminarPassa pelo meu blog e espreita o novo post*
www.a-be-atriz.com
xx, A Be-atriz
E não é que me apaixonei pelo segundo modelo :) já fui espreitar na loja :)
ResponderEliminarBeijinho
elisaumarapariganormal.blogspot.pt
Essa loja tem mochilas tão giras, tantos modelos!
EliminarEscolhas giras :)
ResponderEliminarTambém não acho que malas de pele, seja o supra sumo do bom. Depende tudo do tipo de mala e do tratamento que lhe é dado na fabricação. Há malas tão mas tão giras de plástico (PU sorry) e se o problema é o dinheiro, há algumas bem caras. Adorei a bucket rosa.
ResponderEliminarMas são muito lindas.
ResponderEliminarBeijo, bom fim de semana
Coisas de Uma Vida 172
Concordo contigo, os acabamentos e a forma como o artigo é confeccionado faz a diferença. Já vi artigos de pele de quaidae duvidavel, porque enrogavam muito facilmente e manchavam e já vi artigos "de plástico" de qualidade muito boa. Prova disso são as melissas
ResponderEliminarporondeandaasofia.blogspot.com
Admito que nunca tinha pensado nisto dessa maneira, mas de facto tens razão e concordo plenamente.
ResponderEliminarBtw, a 5ª mala é absolutamente linda!!!!
Amén para este post! Eu só quero tornar-me uma designer influente para poder realmente ter uma marca 100% cruelty free, ou trabalhar numa. A ideia de que a pele (e noutros contextos, o pelo) verdadeiros são a única solução para produtos de qualidade já devia estar ultrapassada :)
ResponderEliminarEU COMPRO!! :p
EliminarA mala rosa é qualquer coisa! Adoro!
ResponderEliminarDescobri agora o teu blog e estou a gostar! Vou seguir! =)
beijinho
www.anafernandes.ch
E é um pouco como as botas de camurça (e afins). Não é preciso comprarem-se produtos de uma marca xpto, desde que se cuide do material e que este tenha um bom acabamento. Eu às malas até acrescentaria as de tecido - parecem ser super frágeis por serem de tecido, mas se forem bem tratadas (que para mim é a palavra-chave nisto tudo) duram imenso tempo. Gostei bastante dos modelos que apresentaste, especialmente da mala azul clara.
ResponderEliminarEu tive uma mala em camurça da Naf-Naf que se estragou apenas por roçar nas calças de ganga. Para além de cruel, é um material sensível.
EliminarA azul clara é linda, mas eu sou suspeita porque acho-as todas um amor!
Eu gosto das duas, eu depende é dos modelos..
ResponderEliminaradoro as rosas e a azul clara :)
ResponderEliminarA primeira é super gira :)
ResponderEliminarEstas malas são lindas. Sinceramente, se eu gosto de uma mala, compro. Pouco me importa o material :)
ResponderEliminarNão podia concordar mais! Entretanto apaixonei-me pela 2 e 6 <33
ResponderEliminarThe Fancy Cats
Eu adoro as malas da Stella McCartney não só as malas mas sim o conceito que a loja em si tem, por o faceto de ter um excelente qualidade sem usar pele verdadeira de animal. Acho um horror quem compra artigos de pele de animal só porque é de luxo. Não deveria ser assim. Deveria ser tudo sintético que hoje em dia assemelha-se tal e qual a pele verdadeira.
ResponderEliminarIrei seguir :)
with love, KATE ❤
Infelizmente, ainda são as próprias marcas a trabalhar na manutenção dessa ideia. Mal a Chanel, a Dior e outras marcas de topo anunciem que vão largar as peles a opinião dos consumidores muda :)
EliminarEssas malas são bem giras.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Concordo contigo, antes ta,bém pensava que malas em pele é que eram boas, mas hoje em dia, como em tudo, à malas em materiais sintécticos muito boas, de grande qualidade e durabilidade e, ainda bem que assim é.
ResponderEliminarBeijinhos e bom domingo.
misscokette.blogspot.pt
Não sou experiente no assunto, mas acredito no que dizes! Há é também uma aura criada em volta dos artigos de pele que leva muita gente a associá-los, e apenas a eles, imediatamente a qualidade...
ResponderEliminarAs peles artificiais podem ter muito boa qualidade. :) basta saber procurar!
ResponderEliminarDesconhecia completamente que o plástico poderia ter esta qualidade. E são tão giras! :)
ResponderEliminarUm beijinho
Muito obrigada por ter deixado um comentário no meu blog, pessoalmente eu amo o estilo boho, mas também concordo consigo que um estilo rock também é super cool para ir a um festival <3
ResponderEliminarAmei este seu post, porque acabei de descobrir algo que desconhecia ;)
Este teu post é brilhante Nádia, mesmo. A Stella é um exemplo a seguir e a prova que é possível luxo e qualidade sem crueldade animal. Mt bom post honey!
ResponderEliminarMerci, Hella! Sabes que a Jane Birkin exigiu que a Hermès parasse que usar o nome dela na Birkin Bag, por causa da forma como matam os crocodilos (tipo, WTF, matar crocodilos para fazer malas)? E a Giorgio Armani anunciou que vão deixar de usar pêlo nas coleções. As coisas estão a mudar, devagarinho, mas estão :)
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